Em 2008, no tumultuado processo eleitoral para os cargos da direção do sindicato, que impediu todos os servidores nomeados no último concurso (a partir de 2005) de candidatarem-se, a chapa “Luta Sindical”, formada por um grupo de servidores mais antigos, é eleita, pondo fim ao período de 19 anos de hegemonia dos Oficiais de Justiça na direção do sindicato.
A partir desse momento, as atividades de organização dos servidores (assembleias, atos públicos etc) passam a acontecer por dentro das instâncias da entidade sindical.
Na primeira Assembleia Geral do novo período, a direção eleita relatou várias irregularidades deixadas pelo grupo anterior que havia administrado o sindicato durante a maior parte da sua história. Equipamentos danificados, arquivos deletados de computadores, documentação de bens desaparecida, vários cheques emitidos ainda a vencer e reajuste salarial de 100% concedido aos funcionários do sindicato no final do último mandato foram alguns dos graves problemas encontrados dentro da administração do sindicato.
Com a posse da nova diretoria, o Tribunal de Justiça imediatamente reduziu a quantidade de vagas de servidores cedidos para a direção do sindicato, de quatro cedidos passou a conceder liberação apenas a três.
Em abril de 2008, foi aprovada pela Assembleia Geral a filiação do sindicato ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)
Apesar das mudanças iniciais, com a primeira tentativa de paralisação das atividades nos dias 05 e 06 de maio, o Presidente do sindicato, o Técnico Judiciário Antônio Pedro, e parte dos integrantes da diretoria recém-empossada renunciam ao mandado na direção do sindicato por discordâncias com a deflagração do movimento paredista. A renúncia foi anunciada por Antonio Pedro, durante reunião do Comando de Greve, na manhã do dia 02 de maio, na sede do Sindicato dos Bancários. Consequentemente, a desestabilização na Diretoria frustrou a realização da primeira greve deflagrada pela categoria. Assume assim a Presidência do sindicato o Escrivão Hélcio Eduardo Albuquerque, que era o Vice-Presidente.
Neste ano, a categoria deflagrou a primeira campanha salarial organizada democraticamente dentro do sindicato, marcada por constantes alterações das reivindicações contidas na pauta apresentada ao TJ e tinha a elaboração de um novo plano de carreira como principal pleito.
Em virtude do grande número de renúncias na nova Diretoria, no mês de julho, a Assembleia Geral elegeu um Comando de Negociação e Mobilização, formado por dirigentes do sindicato e sindicalizados da base, inclusive integrantes do Movimento Sindicato é Pra Lutar (MSPL).
No decorrer deste ano, a Assembleia Geral da categoria também formou uma Comissão encarregada de instaurar procedimento para apreciar representações contra integrantes da Diretoria, acusados de não exercerem as suas atribuições na direção da entidade.
Neste período, foi registrado ainda o fim de uma época trágica para os servidores do TJSE, o encerramento da gestão do Des. Artêmio Barreto na Presidência do TJSE, uma gestão marcada pelos aumentos excessivos de cargos em comissão e perseguição aos militantes do movimento sindical, a exemplo do caso do Técnico Judiciário Cristiano Cabral, militante fundador do MSPL, que foi removido duas vezes do seu local de trabalho, na Comarca de São Cristóvão.
Com a posse da nova Presidenta do TJSE, a desembargadora Célia Pinheiro, foi instaurada uma mesa de negociação, entre representantes dos servidores e da gestão do tribunal, para debater a criação de um novo plano de carreiras reivindicado pela categoria.
Ao final das negociações, o Comando de Negociação e a Presidência do TJ consensuam em torno de um projeto de novo plano de carreiras, que seria submetido à apreciação dos demais desembargadores, no Tribunal Pleno.
O mês de novembro foi marcado pela mobilização intensa dos servidores para participarem das sessões do Pleno, com a finalidade de pressionar os desembargadores para aprovação do plano de carreiras consensuado com a Presidência do órgão. Em dezembro, com a proximidade do recesso forense, o MSPL propõe a realização de uma vigília, na frente do Palácio de Justiça, reivindicado a aprovação do plano, que acontece em 03 de dezembro.
Depois de quase seis meses de negociação, entre o Comando de Negociação dos servidores e a Presidência do TJ, em 17 de dezembro de 2008, o plano de carreiras negociado foi levado para votação no Tribunal Pleno. Para a surpresa dos servidores que tentaram acompanhar a votação, o TJSE colocou a tropa de choque da Polícia Militar para impedir que os trabalhadores tivessem acesso à sessão e, com uma postura explicitamente reacionária, os desembargadores do TJ indeferiram o projeto negociado com a própria Presidência da Desª Célia Pinheiro.